Carith: o primeiro campo de treinamento

Pr. Nanao Yamamoto

1 Rs 17:1-7 narra o começo da história do profeta Elias. E o que ela nos mostra é que Deus tem um campo de treinamento, onde prepara o missionário para o desempenho da Missão. E assim, quando o Senhor escolhe um missionário, este é enviado para Carith (que significa aparelhar), para que seja aparado qualquer aresta, qualquer obstáculo, qualquer empecilho que possa haver.

Esse é o tema desenvolvido neste momento aqui em Rio dos Crentes, Poxoréu, pelo Pr. Nanao Yamamoto, da Neo Planalto, de Campo Grande, MS.

1 – DO PALÁCIO PARA O RIBEIRO

A primeira ordem que Deus dá para o seu obreiro é para que se retire do seu lugar confortável e vá para o Carith. Ali ele ficaria sozinho, sem amigos, sem companheiros, onde enfrentaria uma situação de tristeza e angústia, grandes momentos de solidão. E isso é necessário para o aperfeiçoamento do obreiro. Este tem essa necessidade. Mas, aparte os benefícios desse isolamento temporário, o mais importante é a disposição do servo para a obediência. O missionário deve estar pronto para ir aonde Deus mandar. E Elias foi porque estava pronto.

2 – PRONTO PARA SERVIR

Da mesma maneira que aconteceu com Elias, muitos outros servos têm recebido essa ordem inesperada de Deus para que vá a determinado lugar. É de lembrar Filipe, que também foi obediente ao Senhor, se levantou e foi cumprir a Missão conforme Deus lhe mandara.

3 – DEUS GARANTE O SUPRIMENTO

Deus não deixa o seu servo desamparado. Ele manda que este vá e se há obediência, haverá suprimento. Pode ser que o suprimento não seja aquilo que esperamos, mas é o suprimento. No caso de Elias, a provisão divina seria a água do ribeiro Carith e a carne que seria trazida pelos corvos. Aos nossos olhos não seria uma comida de qualidade, mas o servo não passaria necessidade. Conhecemos as tantas histórias que nos foram contadas pelos missionários sobre as condições inusitadas em que já tiveram de viver, mas sempre foram supridos.

No entanto, Elias poderia questionar que esse ribeiro poderia secar com a seca daqueles anos; poderia questionar a qualidade da carne, pois normalmente o corvo gosta é de carniça. Mas ele não fez nada disso. Ele, simplesmente se levantou e se foi conforme Deus lhe ordenara.

4 – A CONFIANÇA NO SENHOR

Elias teria que aprender a confiar no Senhor e saber que seria bem cuidado. E a situação ficou um pouco pior porque, passados alguns dias, o riacho secou. E agora? De que forma Deus cuidaria dele? Elias não questionou sobre isso. Mas e nós?

Certamente o nosso Carith já secou várias vezes e não poucas nós ficamos atordoados com a nossa situação. Mas há uma coisa que não podemos olvidar. Ainda que a comida seja carne servida por corvo e água das últimas poças, essa carne e essa água é a certeza de que Deus sempre está conosco. Devemos aprender que essas situações são formas pelas quais Deus nos ensina.

Se Deus nos chama para realizar uma obra, certamente Ele nos preparará para realizá-la. Ele nos mandará para o Carith, de onde voltaremos preparados para levar avante o seu projeto.

5 – SUPERANDO DIFICULDADES

O objetivo do treinamento de Deus é a preparação para as maiores tarefas. A experiência de Elias ocorreu no início de seu ministério. Várias são as dificuldades a serem superadas: o orgulho, o medo (de perder a posição, o prestígio, os privilégios), o ressentimento (porque abrir mão da situação de conforto, deixar para trás o que fez, sem ficar triste e ressentido) e os hábitos (quantos destes nós temos arraigados).

À beira do Cartith, no campo de treinamento Deus nos ajuda a superar essas dificuldades para que possamos ir em frente no cumprimento da missão.

E a conclusão é que, independente do nosso tempo de crença, todos nós precisamos passar por um Getsêmani espiritual, pelo campo de Carith, para que possamos ficar aparelhados para realizar a obra. Precisamos passar pela disciplina do silêncio, pela disciplina da solidão e pela disciplina da obscuridade.

Essa foi a lição do Pregador nessa segunda noite de estudos em Rio dos Crentes.