sábado, 29 de novembro de 2008

SOS - ORAÇÃO E AÇÃO 2

Missionário Isaias quando estava de visita na casa do Carlos e Jaqueline
Esse trecho eu copiei do email que recebi...


"Mas deixa eu falar do Carlos.
Carlos é um cara excepcional. Ele é simples, muito educado, e teve uma infância difícil, em uma família pobre e, durante a adolescência, passou dificuldades extremas inclusive fome. Mas nunca vimos aquele cara reclamar. Ele estudava com o Beto e sempre foi um dos melhores alunos de sua turma. Sua cor, origens e falta de recursos nunca foram usadas como desculpa pra nada. Quando foi preciso trabalhar (e isso foi bem cedo), ele literalmente botou a mão na massa como auxiliar de pedreiro, mas seguiu estudando até entrar para a Polícia Militar de Santa Catarina, onde sua postura incorruptível gerou ameaças contra sua vida desde o momento em que estava na academia de polícia. Ele casou há cerca de dois anos e estava começando a vida com a Jaqueline, que é um amor de menina.
E estavam os dois batalhando nesse comecinho de vida quando começaram as chuvas da semana passada. Cerca de 80% da cidade foi atingida pela enchente. Eu vi e vocês também viram nos jornais. O que eu não sabia é que o lar deste casal de amigos foi destruído pela água da enchente que, até quarta-feira, havia chegado a 1,5 metro de altura dentro de sua casa. O que ele conseguiu salvar foi pouca coisa. Algumas mudas de roupa, a cama (que havia sido colocada em cima do armário), a geladeira (que estava fechada e ficou boiando pela casa), o fogão e o carro, que estava com água até o meio do pára-brisa.
Desde domingo o nosso amigo estava “alojado” na 1ª Igreja Batista e até hoje à noite não havia conseguido retornar pra casa. Ele não havia dormido na última noite, pois passou trabalhando e, depois, tentando limpar o que restou da casa.
Você assistiu ou leu o Ensaio Sobre a Cegueira e achou uma nojeira a cena daquelas ruas emporcalhadas? Pense na ficção, mas adicione à imagem muita lama e todo o tipo de eletrodomésticos e bens móveis inúteis jogados em frente às casas que estavam sendo limpas.
Perguntei do trabalho e ele respondeu: “Sabe como é né, cara, tenho de segurar as pontas em casa, ou melhor, com a esposa e tem também o trabalho. Você já viu no jornal como está esta cidade, né? (ele estava se referindo aos saques aos supermercados)... sou policial militar (e ele fala com o maior orgulho) e nessas horas é que a gente trabalha dobrado... Não dá pra ficar tristinho, nós precisamos dar o exemplo”.
Mas não estou descrevendo isso para deixar vocês com dó. Estou escrevendo pra dizer que liguei pra ele quinta-feira e senti vergonha do que eu costumo chamar de “problema”. A verdade é que não consegui conter as lágrimas ao escutar ele, na maior tranqüilidade, dando graças a Deus por as perdas serem somente materiais e por ele e a esposa estarem bem. Aliás, se você perguntar, ele não vai te dizer que está desabrigado. Ele vai dizer que está tendo uma experiência muito proveitosa e que está alojado na Igreja Batista com outros casais que estão sendo “muito amigos com a gente”.
Foi nessa hora que caiu minha ficha e pensei em que porcaria de amigo que eu sou, bem tranqüilo aqui em Minas montando uma mesa nova que comprei, enquanto um amigo de infância recém casado está desabrigado e trabalhando dobrado após um desastre desses.
No momento não há nada a fazer a não ser esperar a água baixar. Mas depois a vida continua pra todo mundo. Enquanto nós vamos enjoar das reportagens e mudar de canal logo que o assunto for abordado, o Carlos estará de plantão assegurando que não haja mais saques e que tudo retorne à normalidade e a Jaque provavelmente fazendo hora extra na fábrica de roupas em que ela trabalha. Depois ambos vão chegar a casa que recém haviam começado a montar e sentar para fazer contas e pensar no que é urgente e no que é prioridade comprar com o que sobrar do salário de soldado da PM e de telefonista.
A gente pode ficar pasmo com o tamanho da destruição ao ver as imagens na TV, pode ficar triste ao ler sobre a história de como um desastre desses pode acabar com o lar de um casal tão batalhador, mas pode também fazer algo concreto a respeito.
Foi aí que resolvemos que o mínimo que poderíamos fazer por este amigo seria dar alguma ajuda financeira. Assim ele poderia recomeçar comprando algumas roupas, armários e tudo o mais que virou lixo após a inundação. Para mim foi simples pensar em enviar a ajuda. Bastou lembrar daqueles happy hours em que gastei fácil R$ 30,00, nos jantares que não saem por menos de R$ 80,00 ou naquele perfume importado de que eu nem precisava, mas que comprei porque estava na promoção por R$ 120,00.
O Beto e eu pensávamos sobre isso quando a minha mãe (a Tia Rô conhecida de vocês) deu a idéia de que contatássemos também as centenas de conhecidos que temos para que eles também se mobilizassem para enviar alguma ajuda financeira. Assim todo mundo faz uma pequena parte, não fica pesado pra ninguém e, mesmo estando longe, ajudamos o Carlos a reconstruir sua vida em Itajaí. E foi por isso que te escrevemos e é por isso que vamos te ligar na próxima semana reiterando o pedido.
O valor a ser depositado você mesmo define. Apenas pense com carinho a respeito e encare como um pedido da minha família, inclusive de meus pais que têm o maior carinho pelo Carlos desde o dia em que, há anos atrás, ele apareceu lá em casa com seu famoso cabelo desgrenhado perguntando pelo meu irmão.
Caso queira ser um elo nesta corrente do bem deposite o valor para:

Banco do Estado de Santa Catarina (BESC)
Carlos Augusto Pereira da Silva, Ag.: 012 // C/C.: 653303


Bradesco
Jaqueline Simon // Ag.: 0337-9 // C/C.: 98238-5


Caso prefira fazer a contribuição para a Defesa Civil de Santa Catarina verifique no site as contas bancárias disponíveis:http://www.defesacivil.sc.gov.br/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1

Para ter idéia da altura da tragédia.
http://www.youtube.com/watch?v=0LGplbSufLQ

ps.: O Carlos ainda estava abrigado na igreja até quinta. Caso queira contatá-lo ligue no 47 3344-6406. Provavelmente quem irá atender é o pastor responsável por dar abrigo às famílias que ainda estão lá e aí você pode perguntar sobre a situação do Carlos Augusto e ter mais detalhes."

Israel Lins Almeida

copiado por Isaias da Silva Almeida

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