domingo, 10 de agosto de 2008

A ação educativa da Igreja



A sociedade capitalista brasileira se divide entre aqueles que jogam toda a responsabilidade pelos problemas, fracassos e dificuldades em geral, sobre os ombros dos agentes governamentais (onde se encontra a grande maioria da população), e aqueles que empurram tudo isso para as costas dos que enfrentam essas situações. Na primeira hipótese o Estado é responsável por tudo e, na segunda, isenta-se de qualquer compromisso. Entre esses pólos estão as organizações sociais e religiosas, buscando promover o equilíbrio, através do envolvimento de representantes dos dois grupos extremistas. Para esses grupos, dentre os quais a Igreja, todos devem ter uma parcela de responsabilidade, da qual não é possível omitirem-se.
A mediação religiosa é de suma importância para o equilíbrio das relações sociais. De uma forma, ou de outra, todos se encontram na Igreja. Todos se dispõem para ouvir os seus líderes espirituais. Uns ouvem uns; outros ouvem outros, mas todos acabam ouvindo. É de se reconhecer, portanto, que, além de se dedicar à formação religiosa, a Igreja também se preocupa com os aspectos educativos, principalmente os que dizem respeito à moral e à ética.
A Igreja ensina o caminho para o céu, o caminho que todos devem seguir para um dia poder se encontrar com o seu Deus (Sl 27:11; 37:5; Pv 22:6; Am 4:12; Jo 14:6; At 4:12). Mas ela também ensina uma maneira racional para se viver, que possibilite a convivência harmônica e pacífica com todos. Não existe uma contradição entre a fé e a razão, como muitos pressupõem. Elas se complementam. Pode-se dizer que os princípios da fé têm servido como hipóteses para a ciência, destacando que, sempre que esta se dispôs com afinco a comprovar a verdade bíblica, tal propósito foi atingido. Milhares de descobertas científicas têm provado que a Bíblia sempre teve razão. Por isso é que Deus é sempre considerado verdadeiro e se houver um mentiroso, com certeza é o ser humano e não o divino (Rm 3:4).
Juridicamente, a educação é direito de todos e dever do Estado e da família. Assim reza o art. 205 da Constituição Federal Brasileira de 1988. Diz ainda o referido dispositivo que a educação “será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
É nesse contexto legal que a igreja atua. Ela é cooperadora do Estado e da família no cumprimento de suas obrigações educativas de preparação de todos para o exercício da cidadania e do trabalho qualificado (Hb 13:16; 2 Tm 2:15; 3:16-17).
A igreja ensina princípios legais, morais, sociais e espirituais. A sua ação educativa perpassa por todos os ramos da atividade humana, abrangendo entre outros assuntos, a obediência às autoridades, a dedicação e o empenho no trabalho, o respeito aos trabalhadores, o pagamento de impostos, o compromisso com a verdade, a obediência aos pais e a consideração com os filhos, o casamento e a adoração a Deus (Hb 13:17; Ef 6:5-9; Cl 3:22; Mt 22:17-21; Rm 13:7; Jo 8:32; Ef 4:25; 6:1-4; Gn 2:18, 24; Mt 19:5-6; Mt 4:10; Jo 4:23-24).
É de concluir que a Igreja tem autoridade para ensinar e, efetivamente tem ensinado a todos os que buscam o conhecimento por seu intermédio. Sua ação disciplinar abrange não apenas o sentido espiritual, mas sim, todos os sentidos, Haja vista a sua compreensão do homem como um complexo de corpo, alma e espírito, o qual somente funciona a contento quando todas as esferas estão devidamente desenvolvidas e sincronizadas (Ef 4:15-16; Cl 2:18-19; 1 Ts 5:23; Rm 12:1-2). Por conseguinte, todos aqueles que desejam um ensino de qualidade, comprometido com a transformação tanto do corpo quanto do espírito, deve fidelizar o seu compromisso de participação e cooperação com a Igreja, para que possam ter uma vida saudável e agradável na Terra, enquanto se aguarda a vinda de Cristo Jesus Nosso Senhor (Jo 14:1-3). Que Deus nos abençoe!

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