domingo, 28 de outubro de 2007

Marcha para Jesus III

É fácil de compreender os critérios adotados nos julgamentos cotidianos, se tomarmos como base os ditados populares. É de ver que eles refletem a sabedoria dos homens. A propósito, um deles declara: “diga-me com quem tu andas e eu te direi quem tu és”, ou seja, somos julgados pelas nossas companhias. Nas caminhadas, ninguém vê neotestamentário, batista ou qualquer outro que seja. Vêem-se as lideranças, aqueles que estão à frente da organização. São eles que dão os comandos, as ordens, as orientações. E todos serão julgados como evangélicos daquele movimento. Quando participamos dessas marchas, nós estamos nos colocando sob o jugo de seus organizadores, que não pensam como nós. O jugo deles é um e o nosso é outro. E nesse sentido, somos bem orientados. “Não vos ponhais em jugo desigual” (2 Co 6:14). À luz das nossas crenças eles são incrédulos, pois eles não acreditam que seja correta a forma como nós cremos, pois, se assim fosse, seriam também neotestamentários. Da mesma forma que para eles nós também poderemos ser considerados incrédulos. E isso é perfeitamente lógico e normal.
“Casa de ferreiro, espeto de pau”. Esse ditado aponta que o julgamento pode se basear na forma como cada um faz as coisas para si mesmo. Quando você age, você é zeloso, ou faz as coisas de qualquer maneira? Ao participar das marchas para Jesus, você está sendo zeloso das doutrinas e práticas neotestamentárias ou está colocando elas em pé de igualdade com qualquer outra? É preciso pensar sobre isso. Deus pode ter dado para eles uma forma de agir, mas deu outra para nós. Assim, “irmãos, reparai, pois, na vossa vocação” (1 Co 1:26) e “cada um permaneça na vocação em que foi chamado” (1 Co 7:20), fazendo a obra neotestamentária com o zelo espiritual, lembrando que a Palavra chama de “maldito aquele que fizer a obra do SENHOR relaxadamente!” (Jr 48:10), ao tempo em que destaca que o nosso Deus é extremamente zeloso (Ex 20:5).
É de destacar ainda o ditado que diz: “filho de peixe, peixe é”, o qual vem mostrar como as nossas ações podem influenciar no nosso julgamento e no de nossa família. É de observar que para muitos, isso tanto faz, como tanto fez. É comum de se ouvir: “a vida é minha, vivo do jeito que bem quero e ninguém tem nada com isso”.
Todavia, as coisas não são bem assim. Havemos que nos preocupar com os nossos semelhantes. Todos nós temos uma responsabilidade social. “Disse Jesus a seus discípulos: É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm! Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado no mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos” (Lc 17:1-2). Por sua vez, Paulo, imbuído desse pensamento, nos orienta para levar “as cargas uns dos outros”. E complementa que essa é a “lei de Cristo” (Gl 6:2). Se fizermos isso, com certeza o fardo de Jesus será realmente leve como ele disse em sua Palavra (Mt 11:30).
É de reconhecer que o amor é social. O próprio Senhor Jesus, ao falar sobre a lei de Deus, disse que o segundo grande mandamento consiste em amar “o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22:39). Posteriormente, disse ainda: “novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13:34-35).
É de concluir, portanto, que o grande ensinamento do Senhor é no sentido de que nos preocupemos uns com os outros. Que nos amemos reciprocamente. Jesus espera que ao invés de ficarmos condenando os nossos irmãos pelas suas fraquezas, que os ajudemos a se tornarem fortes e vitoriosos combatentes. Mais importante do que ganhá-los para o reino de Deus é ensiná-los a viver como cidadãos dos céus. Não condenamos os que participam das caminhadas, mas, em face de tudo o que dissemos, não julgamos que elas sejam convenientes para os neotestamentários, porque nem todos somos tão fortes para não sermos influenciados. “É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa com que teu irmão venha a tropeçar ou se ofender ou se enfraquecer” (Rm 14:21).
Essa é a lição do amor, muito bem ensinada por Paulo. Segundo ele: “o amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Co 13:4:7). Se formos mesmo fortes, então também levaremos em consideração as fraquezas dos nossos irmãos.
Portanto, “rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados” (Ef 4:1). Que o nosso juízo seja um juízo de amor pela causa neotestamentária e que nos conduza para uma santa liberdade, diferente de qualquer outra coisa que seja chamada por esse nome. “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. (Jo 8:36) Amém!

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